2 de abr. de 2013

Considerações Finais

Em relação às capacidades numéricas precoces da criança, o próprio fato, da elaboração da síntese original entre a classificação e a seriação não se dar de forma linear, mas, sim, sincrônica e solidariamente, já indica a presença de números primitivos (quantificadores), virtuais ou reais, a partir dos níveis mais elementares, o que já é relatado no livro O nascimento da inteligência na criança (1987).

No que se refere à contagem, fundamentando-nos apenas na teoria piagetiana, pudemos considerar que ela, contagem, desempenha um papel importante na construção do conceito do número e, assim, tanto as atividades lógicas como as numéricas devem ser abordadas e exploradas no espaço escolar. Afinal, embora as dificuldades e os obstáculos da construção do número, do sistema de numeração decimal e da escrita numérica possam ser, parecem, os mesmos para a criança e para a humanidade, existem recursos fornecidos pelo meio para que o processo seja incrivelmente acelerado e a contagem é o principal deles!

Teoricamente, uma conclusão possível, a partir das referências escolhidas para ilustrar os atuais "caminhos do número", é que o trabalho de Piaget e Szeminska (1981) continua na base destes estudos, quer estes pretendam confirmá-los, complementá-los ou colocá-los em cheque. Isto demonstra bem, segundo os termos de Rémy Droz, "l'incroyable fécondidité heuristique" (a incrível fecundidade heurística), do trabalho de Piaget e Szemiska (DROZ, 1991, p. 286).

No que é atinente às questões didático-metodológicas, é fato que muitas outras variáveis estão envolvidas numa ação pedagógica de qualidade. Porém, nenhuma merece mais atenção do que o trabalho do professor, pois a compreensão que o professor possui da matemática é um fator decisivo para o sucesso do aluno. Para Nogueira (2007), é muito importante que o professor conheça as fases da construção do número, especialmente a noção de quotidade, pois, levando a criança a contar coisas, favorece a elaboração do aspecto serial da numeração.

Além disso, ao contar elementos, a criança aponta e diz a palavra-número, constituindo formas de equivalências numéricas e estabelecendo correspondência biunívoca. Assim, compreendendo o contexto no qual o professor da Educação Básica está inserido, suas necessidades, aspirações e condições; considerando o momento atual, com uma mudança substancial no ensino fundamental, representada pela ampliação de mais um ano, entendemos ser de fundamental importância que o professor enriqueça seu repertório teórico para subsidiar, de maneira consistente, seu fazer pedagógico.

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